terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Peace can't come in pieces

Its night
There is no sound
But the toad on my window

The light by my bed
The closed book
The warm blanket

None is enough:

Peace can't come in pieces.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Quintal de vó

Uma vez, quando eu era menino,
Abri a porta de noite.
Em meu mundo só a lua e as estrelas,
E os outros substantivos celestiais.

No mato a minha sombra e o grilo.

Acreditei, sem nenhum sofrimento.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Em tempo, integral

Na folha escrevo
O problema matemático.
Dentro de mim não mais ouço
As engrenagens da mente.

|1 0|
|0 1|

Fácil é a vida do engenheiro:
Linearmente independente.
Matriz inversa
De identidade definida.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A graça está na rima
Dizia-me um amigo.
Está picada nas silabas
Separada nas estrofes.

Pointless (.)

Be/leza:
Duas,
Não sete sílabas.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Conto de fados

E depois viveram felizes para sempre,

Doze sílabas
Quase contam
Duas vidas
Mal vividas.

Minas

A poesia perdeu-se numa casinha em Minas.
Esqueceu-se na mesa da vó,
Entre o cafezinho e o pão-de-queijo.
Cochila calma, enrolada nos lençóis
Perfumados à sol-de-varal,
Sob o céu de vaga-lumes,
Que invadem o quarto pelas janelas de madeira.
Nem mesmo o grilo, sempre aflito,
Aqui tenta quebrar a paz.
Nem mesmo o grilo-grilo.
O ar da noite é doce e suave. Embala o sono
Com seus dedos, de leve...
Não. A poesia perdeu-me numa casinha em Minas...

segunda-feira, 21 de março de 2011

Bucólico


Nas margens do córrego,
Com os pés no chão,
E dez maçãs sob o braço,
É minha casa que vejo
No verde das árvores.

Não mais no pomar,
Não em casa ainda,
É aqui que estou. E agora.
De olhos na água clara
Que escorrega entre as pedras.

Canta o vento.
Da copa da mata cai
Uma espiral de folhas,
Em sombras e luz,
Sobre o rendilhado das águas.

Rendo-me. Incondicionalmente.
Sem pensar.